jeudi 13 décembre 2012

Nicolas Guillén. Tambores nos olhos




Sóngoro Cosongo




 Nicolas Guillen

Escrito por Montero

Nicolas Guillén nasceu em Camagüey, Cuba, en 1902, foi tipógrafo quando
jovem e chegou a estudar na universidade de Havana, havendo interrompido
os estudos, para se dedicar ao jornalismo, carreira que o levou, naturalmente,
a se tornar escritor.
Jovem muito atuante, dedicou-se intensamente á vida cultural e política da
Havana das décadas de 1920 e 1930, ingressando no Partido Comunista
Cubano em 1937. Por conta de sua intensa militância, amargou, em várias
ocasiões, a prisão e o exílio. Às compulsórias viagens como exilado, muitas
outras se seguiram, a maior parte delas ligadas à diplomacia, função a qual se
dedicou, não menos intensamente, após a vitória da Revolução Cubana em
1959.
Homem do mundo, Nicolas conheceu a Europa e Estados Unidos da América,
dando conferências ou promovendo leituras de sua poesia que passou a
incorporar, com aguçado senso crítico, elementos temáticos de todas estas
culturas, se tornando, a partir daí, literatura universal, na mais pura acepção
da palavra.
Em 1930, Guillén publicou seu livro mais famoso Motivos de Son, poemas
escritos em ritmo de Son, um genero musical afrocubano, muito popular,
provocando com esta inusitada proposta estética, um grande escândalo
literário, no fortemente conservador ambiente, que caracterizava a cena
literária de expressão espanhola daquela ocasião.
No ano seguinte, desenvolvendo as idéias originais experimentadas em
Motivos, surge outro livro clássico de Guillén: Sóngoro Cosongo, seguido em
1934 e 1937, por West Indies Ltda e Canto para soldados e sons para turistas,
seus livros mais profundamente voltados para a crítica social.
Nascida no âmbito do pós modernismo e das experiências vanguardistas dos
anos vinte em Cuba, em cujo contexto floresceu, a obra de Guillén,
rapidamente, o transformou no representante mais destacado da poesía negra
ou afroantilhana, de cuja literatura, inserida num contexto mais amplo
denominado ‘Negritude’, são expoentes também o martinicano Aimèe Cesaire
e o senegalês Leopold Shengor.
É vasta e essencial a obra poética de Guillén, da qual achamos por bem
reproduzir aqui alguns poemas (no original, para que não se percam as
intenções rítmicas seminais). Sua poesia fala de uma época de grandes
injustiças sociais, infelizmente ainda não superadas, ao contrário, a nos exigir
esforços cada vez mais intensos, os quais, talvez, somente a poesia possa
mesmo mitigar.
O contexto no qual devemos inserir a obra de Nicolas Guillén é, por tudo isto,
um tanto mais amplo do que o da simples Literatura diletante. Sua obra
emociona e mobiliza. Estimula atitudes contra todas as espécies de
colonialismo e de racismo. Afirma um sentimento de identidade cultural, de
Negritude, de algum modo, indelevelmente, contido em todos nós, brasileiros e
latino-americanos, cidadãos de um futuro Novo Mundo.
Guillén é, sobretudo, a mística da Revolução Cubana ainda pairando sobre as
cabeças dos sonhadores.
Arte e humanidade, como carne e unha soldadas, como duas palavras fundidas
num verso único, que as sintetiza numa necessidade perene:
Sermos humanos = Liberdade.



 Pablo Neruda e Nicolas Guillen

Guillen em Havana














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