samedi 26 juillet 2014

Ressonâncias. Rio de Janeiro. 1964. Aprender a recordar...




" Aprender a recordar o que as nuvens podem olvidar ".



Entre 31 de março e 2 de abril de 1964 um golpe de estado depôs o presidentz João Goulart inaugurando 21 anos de ditadura no Brasil.

Esta exposição, procura tratar como este momento historico repercutiu  na região do Rio de Janeiro, a partir dos fatos ocorridos no Palacio do Inga, então sede do goberno do estado. Diante do passado de autoritaismo, lembranças e esquecimentos continuam desafiando o presente.

Museu do INGA
Rua Presidente Pedreira, 78
Inga - Niteroi / RJ.
1 de julho a 31 de agosto 2014










Em 1964, Niterói era a capital do antigo estado do Rio de Janeiro. O município do Rio de Janeiro constituía o estado da Guanabara, criado em 1960 com a transferência da capital federal para Brasília. A baía da Guanabara reunia assim dois governos estaduais: a Guanabara, então governada por Carlos Lacerda, e o Rio de Janeiro, comandado por Badger da Silveira. Diante do golpe de estado, o governo de cada margem assumiu uma posição, dividindo politicamente as águas da baía.
Diferente de Carlos Lacerda, líder da ala mais conservadora udenista, cuja memória é muito celebrada em que pese às polêmicas em que esteve envolvido, Badger Silveira foi relegado ao esquecimento, ao silêncio, tendo sido um importante aliado do presidente deposto João Goulart.
Esta é a primeira vez que o público poderá relacionar um fato nacional – como o golpe de estado que depôs o presidente Goulart e acabou por interromper a rotina democrática – e sua repercussão na política regional, destacando as diferentes posições dos governantes a partir de seus respectivos palácios de governo – o Ingá e o Guanabara. “No caso do Palácio do Ingá, um importante teatro dos acontecimentos da época, a exposição Ressonâncias cumpre uma importante função ao trazer para o presente flashes da história do antigo estado do Rio, extinto pelo decreto da fusão em 1975, e de seu último governador eleito, Badger Silveira”,








Badger Silveira ( 1916 - 1999 ), gobernador do estado do Rio de Janeiro, foi fiel a João Goulart.






















 A mostra lança luz sobre como o ginásio esportivo do Caio Martins serviu de presídio político em 1964 e como na Ilha das Flores, onde funcionou a antiga hospedaria de imigrantes, se estabeleceu uma prisão política a partir de 1968. “Estes dois centros de prisão política, junto com a Fortaleza de Santa Cruz, exemplificam como a repressão política se instalou em terras fluminenses”. E acrescenta: “A exposição também chama atenção para a questão dos mortos e desaparecidos fluminenses e provoca o debate sobre uma época em que política e violência se misturaram de modo único na história nacional”










A exposição

A mostra apresenta cerca de 150 documentos, entre jornais, fotografias, livros e folhetos censurados, a maioria inédita, ambientada nas salas do Museu do Ingá.
Logo no início a exposição aborda “O dia do golpe” destacando as manchetes de jornais que anunciaram o golpe de Estado iniciado no dia 01 de abril de 1964. O visitante poderá ver como os jornais do Rio de Janeiro e de Niterói expressaram o fato da política nacional que repercutiu na esfera regional.
Numa das salas principais, “Os dois lados da história”, se caracteriza como a política regional se dividiu em 1964, contrapondo a posição favorável ao golpe do então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, e a oposição do governador fluminense, Badger Silveira, que terminou sendo deposto em maio de 1964. Esta sala reúne fotos dos governadores, junto a uma ambientação sonora com o discurso de Auro de Moura Andrade declarando vaga a presidência do país. O acervo chama atenção para o papel do rádio e do fotojornalismo na política da época. Destaca-se, ainda, uma vitrine com material de campanha eleitoral do ex-governador do Rio de Janeiro, nunca exposto e caracteriza os modos de fazer política na época.
Em seguida, o visitante é conduzido à sala “Memórias da repressão e da resistência”. Documentos de arquivos retratam como a repressão política se organizou na região do Rio de Janeiro, que terminou por reunir o maior número de centros de repressão e tortura no país. A sala abriga, ainda, materiais referentes aos porões da ditadura em solo niteroiense como o ginásio esportivo Caio Martins, construído na década de 1950 que poucos dias após o golpe de 1964 passou a ser usado como presídio político, e a Ilha das Flores, que a partir de 1968 também foi usada como prisão e centro de tortura. O movimento de resistência é representado especialmente pela galeria de nomes de mortos e desaparecidos fluminenses, além de documentos sobre presos políticos e da luta pela anistia.
No espaço dedicado ao “Movimento Estudantil” são apresentados cartazes manuscritos que tematizam como os estudantes lideraram a mobilização social e a crítica política naquele tempo de autoritarismo no Brasil.
Por fim, na sala “Cultura sob censura” são reunidos cartazes impressos de filmes de cinema avaliados pelo serviço de censura e que são identificados pelo carimbo de controle. A censura foi uma face da repressão social, condicionando os rumos da criação cultural. Entre a proibição e o consentimento o regime político revelou suas contradições. 















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